Como resolver as birras das crianças?

Certo dia, meu filho mais novo, de 4 anos, estava fazendo birra, não queria almoçar e chorava muito, pois queria continuar brincando. 

Se jogou no chão, para demonstrar que não iria almoçar, ele realmente estava preso naquela ideia de que só queria brincar e não iria almoçar. 

No momento do choro, peguei ele no colo, abracei e comecei a conversar, para saber por que ele não queria comer, já que estava na hora só almoço? 

Durante a conversa, demonstrei que compreendia ele, que sabia o quanto ele estava gostando da brincadeira, neste momento ele foi se acalmando. As perguntas foram feitas de forma que ele iria respondendo frases curtas, como "sim" ou "não". Por exemplo: Você está gostando muito da brincadeira? "Sim". Você não quer almoçar agora, pois quer brincar? "Isso". 

Com isso, ele foi percebendo que eu estava compreendendo ele e que o choro já não era mais necessário. Aos poucos ele foi falando novos argumentos sobre a brincadeira, para me convencer que precisava continuar brincando.

Quando o diálogo já estava se formando, fui falando para ele da importância de comer o almoço, os benefícios para ele, entre outras coisas.

Por fim, conseguimos entrar em um acordo, onde eu daria um tempo curto, para ele brincar e em seguida ele iria comer a comida.

Realmente, forçar a barra e exigir que ele comesse imediatamente não iria funcionar. Mas, um acordo foi bem aceito.

Percebi que foram 3 etapas para resolver a birra:
  1. Acalmar a criança com abraço durante o choro.
  2. Mostrar que compreende o que ela estava sentindo.
  3. Entrar em um acordo que seja bom tanto para ele quanto para mim.
O resultado neste dia foi que ele comeu toda a comida e ainda disse que estava gostosa. A birra acabou e ficou um aprendizado para ele e para mim, como mãe. 

Para mim, pude comprovar que de forma pacífica, posso sim resolver uma birra e nos dias seguintes, antes de colocar o almoço, já fui orientando ele a fazer uma atividade já direcionada para o almoço, como por exemplo, me ajudar a colocar os pratos na mesa ou escolher o tipo de arroz que ele iria comer.

Para ele, melhorou o modo de se expressar, cada vez mais ele tem usado a linguagem verbal em vez do choro, para argumentar que quer muito alguma coisa.

De toda forma, tem situações que precisamos ser firmes nas nossas decisões, quando, por exemplo, a criança quer muito fazer algo que pode trazer riscos para ela ou quer comprar algo só por que viu um anúncio na loja. Nestes casos, prefiro conversar e ser firme na minha decisão, pois acho importante ela perceber que nem sempre é um choro ou um argumento que vai fazer ela conquistar tudo o que quer, já que nem sempre é possível fazer um acordo de troca de interesses.


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