Quando termina o ciclo?

Hoje em dia, escuto muito sobre o desapego, como algo que precisamos realizar para vivermos melhor. De fato, já pratiquei e faz um bem enorme, dá uma sensação de liberdade. No entanto, será que temos que desapegar de tudo ou talvez nem se apegar a nada?

Será que não é o apego que nos deixa íntegros, como se fosse uma Linha que costura as partes de um molde?

Sem o apego, não poderia lembrar o quanto foi bom conhecer um novo amigo, não lembraria o quanto foi bom estar em uma nova cidade ou o quanto é especial o amor da minha mãe. Digo isso, porque também nos apegamos aos sentimentos e não só às coisas.

Até que ponto o apego se torna ruim? Qual o limiar que divide quando devemos nos desapegar de coisas, sentimentos, pessoas ou situações? Será que existe uma fórmula para isso?

Pensando nisso, percebi que tudo tem um ciclo: início, meio e fim. Talvez no momento em que o ciclo fecha, o desapego deva acontecer, para não ficarmos presos, como um fiapo solto em um retalho. Contudo, enquanto o ciclo existir e estiver vivo, o apego deveria existir, para garantir que o ciclo não termine antes da hora. 

De repente, o apego possa até deixar o ciclo maior e chegar num ponto que precisa ser decidido: se precisamos continuar com o ciclo ou se podemos doar para outra pessoa cuidar e desapegar. Por exemplo, um piano que é doado e passa por diversas famílias antes do final do ciclo dele. Assim, ao desapegar, abrimos espaço para novos ciclos e podemos evoluir até chegar ao final do nosso.


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