Outro dia estava pensando: por que eu limpo a casa? Rapidamente veio a resposta: "porque ela precisa ficar limpa, claro". Continuei me questionando, precisa por quê? Nesse momento pensamentos distintos apareceram, alguns altruístas, "porque é bom ter um ambiente limpo para a família", e outros conformistas, "porque é meu dever limpar".
Mas percebi que havia outro motivo pelo qual eu poderia querer limpar a casa: pela casa. Como uma recompensa à casa pelo conforto, por me abrigar em dias chuvosos, pela sombra em dias ensolarados e tudo mais.
A gratidão transforma a limpeza em uma simples troca de favores, me tirando da posiçao de dono. Não há competição, nem exploração, apenas colaboração.
Que experiência estranha, limpar a casa nunca foi tão prazeroso. Sempre via como uma obrigação, me questionava por que sujava tão rápido? Por que tinha que sempre limpar? Mas, agora me sinto como se tivesse ganhado um óculos de grau novo, aquela sensação de enxergar bem mais do que via antes.
Conheço pessoas que ao limpar sentem paz, para outras a casa limpa traz uma energia boa, para outras é motivo de orgulho mostrar que a casa está sempre limpa e tem tantas outras que não vêem graça em limpar. Nesse fluxo de pensamentos, aprendi uma coisa, cada bagunça é um sinal de vivências que deixaram rastro naquela casa. Ao limpar a casa esses rastros são escondidos, para que eles possam ser guardados na memória. E assim, a casa fica pronta para uma nova experiência.
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