Meu lugar dentro de mim

Faz uns 2 anos que venho compreendendo mais meus comportamentos e sentimentos. Essa observação começou principalmente quando comecei a fazer aulas de Yoga e Meditação. Nessas aulas, percebi claramente a existência do meu "eu" interior. Antes disso, eu não dava muita atenção a isso, pois vivia focando nas minhas atividades diárias e não guardava tempo para mim. 

Agregado ao Yoga, por recomendação de amigas, fiz a leitura de alguns livros, dentre eles, os que mais me auxiliaram nessa descoberta interior foram: A profecia celestina (James Redfield) e Eu escolho ser feliz (Rossandro Klinjey).


A profecia celestinaEu escolho ser feliz



Esses livros me fizeram entender que o meu "eu" interno também precisa de cuidados e a melhor pessoa para isso sou eu mesma. No entanto, quando não conseguimos dar conta, precisamos de ajuda externa, seja uma conversa com pessoas queridas ou tratamentos com profissionais. Nesse caminho de autoconhecimento, percebi que esse "eu" interno muda constantemente de humor à medida que eventos acontecem. Se estou me sentindo bem, este sentimento cria uma barreira que bloqueia situações negativas, me deixando mais tranquila e apta a resolver o problema sem afetar meu humor. No entanto, quando não estou bem, posso estar no melhor cenário, mas ainda assim, estarei me sentindo mal.

Mesmo compreendendo a importância do autoconhecimento, eu ainda me deixo afetar por eventos externos, o que é natural para qualquer pessoa. A diferença é que à medida que tenho mais consciência sobre meus sentimentos e sensações, consigo identificar o que me faz bem e o que me deixa mal. Por exemplo, estou mais atenta aos "Dramas de Controle" das pessoas ao meu redor, que me deixam pra baixo, mesmo sem elas perceberem, conforme descrevi no post anterior.

O que mudou na minha percepção diária sobre os eventos que acontecem comigo, foi tratá-los da seguinte forma:
  1. Perceber os sentimentos que não me pertencem: quando ocorre algum sentimento de raiva sem justificativa. Pois às vezes replicamos ações ou palavras de pessoas que conviveram com a gente no passado.
  2. Identificar quando as coisas não estão sob o meu controle: se não há uma forma de eu mudar ou melhorar algo, não vale a pena me culpar por não conseguir.
  3. Resolver pendências, por menores que sejam: isso me ajuda a esvaziar a mente e diminuir a ansiedade. 
  4. Desistir de tentar resolver problemas não solucionáveis: isso nem sempre é fácil de riscar da lista, pois acho que pode existir uma maneira resolver, mas quando elimino, sinto paz.
  5. Reservar tempo para coisas que tenho paixão: isso ocupa minha mente, evitando ansiedade, permite que eu preencha mais meu tempo com coisas que me dão prazer e me fazem feliz.
  6. Ter sempre em mente um propósito para a vida: é natural termos vários objetivos ao longo da vida e quando os conquistamos podemos nos sentir perdidos e não damos um novo rumo. Saber o meu propósito, permite que eu direcione mais tempo para as coisas que o agregam e que naturalmente vão me deixar mais feliz.
É importante perceber que quando alguma coisa nos afeta negativamente, nem sempre ela é causada completamente pelo ato ocorrido. Algumas vezes, esse ato pode remeter para alguma situação do passado, que está apenas no nosso subconsciente, como medos ou rejeições, e nem entendemos por que aquele ato nos afetou tanto. Quando não estamos atentos ao nosso "eu" interior, isso pode nos causar problemas futuros e bem mais difíceis de reverter. Transformando em doenças silenciosas, que nem sempre iremos conseguir nos tratar sozinhos. 

Outro dia estava conversando com meu filho mais sobre o bullying. Fiz uma analogia de que quem sofria o bullying, era equivalente a ter uma ferida na alma e quem recebia uma pancada, a ferida era na pele. Sendo que neste segundo, a dor passava após alguns dias e o outro não, a dor continuava dentro da pessoa por muito tempo. Meu filho lembrou dessa dor, que ainda sente mesmo depois de 4 anos e concordou. Para ele ficou bem claro o quanto o bullying é prejudicial e o quanto é difícil de curar.

Hoje, ao entender um pouco mais sobre esse lugar dentro de mim, que é repleto de emoções, me ajuda a cuidar melhor das pessoas ao meu redor, principalmente meus filhos. Compreendendo suas frustrações e ansiedades. Mas compreender não significa dizer que é fácil tratá-las, pois nem sempre consigo lidar com isso da melhor forma possível. A única coisa que sei, é que o que está ao meu alcance é aprender cada vez mais e isso é o que venho fazendo. 


0 Comentários